ABSTRACT
Este trabalho promove uma discussão acerca da adolescência. São abordadas questões relativas às diversas formas de entendimento dessa temática, para, assim, nos aproximarmos das concepções que mulheres adolescentes de um bairro periférico da cidade de Manaus desenvolveram acerca de suas adolescências. Trata-se de uma pesquisa exploratória de base qualitativa. Os registros foram construídos a partir de seis adolescentes entre 16 e 19 anos e os dados analisados por meio da análise de discurso (Pêcheux) com o intuito de orientar algumas ações de um projeto psicossocial denominado Comunidade Criativa e Solidária. Os resultados apontam que para algumas adolescentes a adolescência chegou sem muitas demarcações, como uma continuidade da vida, apenas acrescida de maior responsabilidade com as tarefas domésticas e os cuidados com os irmãos menores. Para outras, a adolescência possibilitou um pouco mais de liberdade. Outros relatos, no entanto, revelam o contrário: uma maior vigilância e controle por parte dos familiares, o que ratifica a maneira particular como cada adolescente vivencia essa etapa da vida. Assim, ao priorizar o olhar dessas mulheres sobre si mesmas, esperamos contribuir para o fortalecimento de perspectivas que possam, cada vez mais, dar voz aos adolescentes e, dessa forma, viabilizar novas possibilidades de entendimento do processo de adolescer.
This work discusses adolescence. It addresses issues related to the different ways of understanding this theme, so as to approach the conceptions that adolescent women from a peripheral neighborhood of the city of Manaus have developed about their teenage years. This is an exploratory qualitative research. The records were constructed from six adolescents between 16 and 19 years old and the data were analyzed through discourse analysis (Pêcheux) in order to guide some actions stemming from psychosocial project called Creative and Solidarity Community. The results show that for some adolescents, adolescence came without much demarcation, as continuation of life, bringing only greater responsibilities with the domestic tasks and the care of the younger siblings. For others, adolescence allowed a little more freedom. Other reports, however, reveal the opposite: greater vigilance and control on the part of family members, which ratifies the particular way in which each adolescent experiences this stage of life. Thus, by prioritizing the look of these women on themselves, we hope to contribute to the strengthening of perspectives that may increasingly give voice to adolescents and, in this way, enable new possibilities for us to understand the adolescent process.